terça-feira, 30 de novembro de 2010

Falsos Profetas


 
Assim diz o Senhor dos Exércitos: "Não ouçam o que os profetas estão profetizando para vocês; eles os enchem de falsas esperanças. Falam de visões inventadas por eles mesmos, e que não vêm da boca do Senhor. Vivem dizendo àqueles que desprezam a palavra do Senhor: 'Vocês terão paz'. E a todos os que seguem a obstinação dos seus corações dizem: 'Vocês não sofrerão desgraça alguma'. Mas qual deles esteve no conselho do Senhor para ver ou ouvir a sua palavra? Quem deu atenção e obedeceu à minha palavra?

A ira do Senhor não se afastará até que ele tenha completado os seus propósitos. Em dias vindouros vocês o compreenderão claramente.


Não enviei esses profetas, mas eles foram correndo levar sua mensagem; não falei com eles, mas eles profetizaram. Mas se eles tivessem comparecido ao meu conselho, anunciariam as minhas palavras ao meu povo e teriam feito com que se convertessem do seu mau procedimento e das suas obras más.


"Ouvi o que dizem os profetas, que profetizam mentiras em meu nome, dizendo: 'Tive um sonho! Tive um sonho!'


Até quando os profetas continuarão a profetizar mentiras e as ilusões de suas próprias mentes? O profeta que tem um sonho, conte o sonho, e o que tem a minha palavra, fale a minha palavra com fidelidade. Pois o que tem a palha a ver com o trigo?", pergunta o Senhor.


"Portanto", declara o Senhor, "estou contra os profetas que roubam uns dos outros as minhas palavras. Sim", declara o Senhor, "estou contra os profetas que com as suas próprias línguas declaram oráculos. Sim, estou contra os que profetizam sonhos falsos", declara o Senhor. "Eles os relatam e com as suas mentiras irresponsáveis desviam o meu povo. Eu não os enviei nem os autorizei; e eles não trazem benefício algum a este povo", declara o Senhor.


"Se um profeta ou um sacerdote ou alguém do povo afirmar: 'Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou', eu castigarei esse homem e a sua família. Nunca mais mencionem a expressão 'Esta é a mensagem da qual o Senhor me encarregou', senão essa palavra se tornará uma 'carga' para aquele que a proferir; porque vocês distorcem as palavras do Deus vivo, do Senhor dos Exércitos, do nosso Deus.


O Senhor é a Nossa Justiça.


 
Fonte: Jeremias capitulo 23 (NVI)

Será que vou ver algum Glória à Deus?

 
"Muitos tem voltado seus ouvidos e sua capacidade de compreensão para falsos profetas que tem se aproveitado da falta de interesse dos que se dizem "crentes" em buscar o conhecimento biblico e preferem ser feitos de "gado" pertencentes a uma boiada à serem ovelhas guiadas pelo verdadeiro e santo pastor, Cristo!
Vivemos dias em que a ansia pela satisfação dos desejos egoistas que existe em muitos, tem fechado o entendimento dos que dizem servir, porém na verdade sua maior preocupação é saber quando serão servidos."

 
E enquanto você reflete sobre isso, continuo crendo e pensando, pois isso é o que faz crescer...  

Jesus não era evangélico


 
Fico a conjecturar, se houvesse um retrocesso na história e Jesus voltasse novamente, não entre nuvens do céu na parousia em poder e glória, mas, novamente como o singelo profeta da Galiléia, e visitasse as zilhões de igrejas espalhadas pelo planeta que se intitulam cristãs, se Ele seria simpatizante de algumas das denominações instituídas do nosso tempo. Com certeza os “conheço as tuas obras” e os “tenho, porém, contra ti” sobre esses agrupamentos ditos evangélicos, atingiriam dimensões colossais.


Ora, Jesus, uma vez entre nós outra vez, certamente usaria da mesma sabedoria que usou quando andava pela Terra, nas ruas da Palestina, não aderindo a nenhum dos postulados dessas denominações, das propostas das grandes corporações da fé e dos super conglomerados da religião, das igrejas-empresa que superestimam números, estatísticas e resultados de crescimento numérico, não se encaixando em nenhuma bitola teológica sistemática ou dogmática, não se deixando caber em nenhuma fôrma doutrinária.


Essa recusa de ser domesticado pelos chicotes dos domadores do circo da religião atual é a mesma reação com que Ele se negou intermitentemente em tomar partido por qualquer das facções religiosas, políticas e humanitárias de Sua época: Os fariseus, com sua sobrecarga de regras e manias de assepsia exagerada, se vendo como santos de pau oco; os saduceus, sacerdotes profissionais do templo, incrédulos mundanizados que não criam na vida sobrenatural e futura; os essênios, escapistas, fugindo do mundo e se refugiando em mosteiros no deserto, achando que eram os exclusivos filhos da luz, que todas as pessoas do mundo estavam nas trevas, e iam torrar no fogo do inferno; os pragmáticos zelotes, xiitas radicais que esperavam derrubar o Império Romano se utilizando da violência das armas; os herodianos, entreguistas, colaboracionistas, puxa-sacos da família de Herodes, rei fantoche marionetado pelo governo romano.


Com certeza Jesus, se voltasse ao nosso tempo e adentrasse pelas naves das igrejas evangélicas da atualidade, não se deixaria seduzir pela pompa de seus cultos, pelo aparato ofuscante da maioria de suas liturgias, com Cristo exposto no nome, nos hinos e nas pregações, mas sem Cristo na devoção do coração, e não se alumbraria com suas proposições arrogantes, suas insolências fundamentalistas, seus testemunhos mirabolantes, suas pseudo-curas dissimuladas, por seus eternos cabos de guerra doutrinários puxados pelos defensores ferrenhos do calvinismo e do arminianismo, suas ênfases maniqueístas dicotômicas e esquizofrênicas, sua doutrina triunfalista com promessas de céu na terra, seus argumentos furados de prosperidade a qualquer preço, cujo slongan ortoprático é: “Os fins não justificam os meios. Tudo por mim mesmo e pela causa da minha conta bancária”.


E mais, Jesus detectaria de cara, traços inconfundíveis dos partidos religiosos de seu tempo camuflados na igreja da atualidade como os novos fariseus, com suas igrejas repletas de líderes de mente reduzida e exclusivista, com suas reações preconceituosas contra quem é e pensa diferente; os novos saduceus hedonistas que querem sentir prazer sensual em seus cultos preparados para entreter e acariciar seus egos mimados; os novos zelotes, que condenam e violentamente matam sumariamente os que não pensam como eles; os novos herodianos que vivenciam um cristianismo camaleônico, mimético e diluído entre o amor obsessivo ao dinheiro e o compromisso com as causas reais do Reino de Deus.


Jesus se voltasse hoje, teria que chamar novamente novos seguidores retirados das ruas, homens simples, aleijados pela igreja e pela sociedade, e agregaria gente sincera e inconformada de dentro das igrejas instituídas e fundaria uma nova igreja, à semelhança do que aconteceu a dois mil e poucos anos atrás.


Essa igreja, a nova comunidade que encarna Cristo, a nova sociedade alternativa composta de discípulos que desacreditam no cristianismo falido dos nossos tempos com toda a sua sobrecarga de patologia e esquizofrenia aguda, mas que, apesar dos pesares, ainda amam e insistem em seguir a Jesus


Por: Manoel Silva Filho
Fonte: Genizah

Enterrado Vivo



“Deus está morto, e o seu túmulo é a igreja”. A frase famosa de Friedrich Nietzsche, filósofo alemão do século XIX, filho de uma família luterana, homem que pensou em seguir o sacerdócio, mas que “rejeitou a fé” durante a adolescência para dedicar-se a filosofia, é de chocar, a primeira vista. Mas para entender o pensamento de Nietzsche, primeiramente, você deve lê-lo. Criticá-lo utilizando-se de frases feitas por fundamentalistas é por demais clichê. A leitura de um filósofo é como a leitura de um profeta, nunca deve ser feita fora de sua matriz existencial, de seu tempo, sua cultura e sociedade. São estes matizes históricos que constroem o mosaico sobre o qual o pensamento e as palavras de alguém ganham significado. 


As críticas de Nietzsche ao cristianismo e as suas asseverações sobre a “morte de Deus”, sobretudo aquelas encontradas no livro “Assim Falou Zaratustra”, precisam levar em consideração a herança medieval que a igreja de seu tempo trazia consigo. O “Deus” que o filósofo afirma que está morto é o ídolo que entorpece os sentidos e percepções humanas, o ser castrador, manipulador e egocêntrico criado pela Instituição, o “Deus” do dogma, da repressão, do medo e da punição. 


Se Nietzsche vivesse em nossos dias, observando as aberrações praticadas em nossas “igrejas”, seus escritos seriam transmutados de profanos para proféticos! O que se faz hoje, comparado com o que se fez na idade média, transforma os monstros da santa inquisição em criancinhas dóceis de escola dominical. Creia-me, em termos de bizarrice, deformidade, estelionato e manipulação, nada se compara ao que estamos assistindo ao vivo e a cores nos cultos de várias denominações, nos shows gospel de “astros evangélicos”, nas campanhas e correntes de “fé”, onde o sincretismo associa práticas judaizantes, religiões de mistérios, macumba, feitiçaria e espiritismo, tudo em nome de “Deus”. 


Esta afirmação de Nietzsche de que o túmulo de Deus é a igreja não é despropositada. No passado, era prática comum enterrar as pessoas dentro de igrejas, sobretudo aquelas que possuíam maiores posses. Assim, famílias influentes, ricas e poderosas, tinham seus próprios jazigos nos corredores e assoalhos das catedrais e igrejas. Sacerdotes também eram enterrados no “solo sagrado”, sobretudo em locais próximos ao altar ou mesmo abaixo dele. 


Com a pandemia da peste negra na Europa no século XIV, que dizimou aproximadamente 75 milhões de pessoas, o sepultamento em igrejas tornou-se algo inviável. Nesta época, sobretudo por questões de saúde pública, os cemitérios começam a ser implantados nos grandes centros. Assim, os sepulcros sacros, tanto do lado de dentro quanto do lado de fora das igrejas, foram totalmente abandonados, ficando a prática restrita apenas ao clero que, em determinados lugares, ainda mantinha o ritual. 


Tudo isto me veio à mente porque eu tenho considerado a “igreja” dos nossos dias como cemitério de gente, mas com uma distinção fundamental em relação ao passado: é que hoje as pessoas estão sendo enterradas vivas, ou seja, elas vão sendo sepultadas paulatinamente, em doses homeopáticas. Sei que a afirmação é terrível, mas a explicação é lógica e simples. Se não, vejamos... 


O sujeito vem do “mundo” com sua vida arrebentada, desacreditado de tudo, desencontrado de si mesmo, de sua própria alma, cético e, por vezes, cínico. Não raro sua família está escangalhada, isso quando ele já não vêm separado. Os filhos, via de regra, são um outro grande problema, pois ou cresceram com péssimas referências, ou estão sendo criados pela TV e pelas babás. Sexo é outra dificuldade. A grande maioria vem de relacionamentos “reciclados”, com parceiros dos mais diversos com os quais trocaram não apenas “fluidos”, mas simbiotizaram suas próprias almas e espíritos com gente de todo tipo. Isso dilui o ser, torna a substância interior uma pasta, muda referências e até padrões comportamentais e psicológicos. 


Não bastasse tudo isso, tem as questões periféricas, não obstante importantes. Por exemplo, a vida financeira, quase sempre está desarrumada. Movidas pela concupiscência dos olhos e pela necessidade de manter aparências, as pessoas de nossos dias fazem do cartão de crédito o que poetizou o Cazuza, uma navalha. Ética é outro tema confuso, sobretudo tratando-se de práticas profissionais, pois, para manter privilégios ou garantir oportunidades as pessoas estão dispostas a relativizar o absoluto e absolutizar o relativo. 


Pois bem, vindo com esta “bagagem” toda nas costas, enfim, o sujeito aporta na “igreja”... Ah, que alívio! Que bom! Que maravilha! Mas a ilusão dura pouco, apenas o tempo necessário para ele constatar como as coisas, de fato, funcionam. A máquina institucional-religiosa é cruel e não poupa ninguém. Não há fé que resista, não há paixão que suporte. É aí que começa a morte compulsória, o enterro antecipado, o sepultamento desdobrado em módicas parcelas. 


Massacrado por práticas perversas, dogmas irrefutáveis, liturgias alucinógenas, ritos, mitos, medos, modos, e mais um compêndio de doutrinas bizarras, que vão dos absurdos “usos e costumes”, até o pagamento do imposto-dízimo, o fiel vai tendo a sua consciência cauterizada, suas emoções anestesiadas, seu coração petrificado, suas inquietações aumentadas e suas contradições ainda mais realçadas. Em resumo, passa a viver na igreja em situação pior do que vivia fora dela. Pode?! 


De fato, creio que a “igreja” tornou-se novamente um cemitério, um lugar onde a morte é mais propagada que a vida. Ela vem embalada de várias maneiras: é nas leis eclesiais, nas proibições, nas castrações, na propagação do medo – medo do inferno, do diabo, do castigo, medo da alegria, da diversão, da cultura, do saber, e até medo de Deus! E assim, a cada domingo, a cada “culto”, a cada pregação, o sujeito vai perdendo a vida, não da forma como Jesus falou, que é a perda que produz ganho, mas da pior forma possível, a perda que produz frustração, angústia e inconformismo. 


Há muitos anos atrás eu aprendi algo importante: que o lugar mais rico da terra era o cemitério. Sim, o cemitério é o lugar onde muitos sonhos foram enterrados, onde livros que nunca foram escritos estão sepultados, onde canções que nunca foram compostas se perderam, onde idéias que nunca se materializaram foram soterradas, onde negócios que jamais se realizaram sucumbiram, onde relações que poderiam ser construídas desapareceram, onde a vida foi tragada pela morte. Ali existe um tesouro incontável, mas que não tem qualquer proveito. 


Quero lhe dar um conselho: não permita que sua igreja se transforme num cemitério! Não se deixe enterrar vivo! Não morra sem realizar os sonhos de Deus! Não perca sua alegria, não permita que sua esperança sucumba, não consinta com o sepultamento de sua consciência, de sua razão, de sua autocrítica, de sua sensibilidade, de seu gosto pelo belo, pela arte, pela música, pela dança, pelo amor! Fuja de todo radicalismo, fuja de toda ortodoxia neurótica, fuja de todo fundamentalismo insano, fuja de toda dogmatização presunçosa. Nada disto tem a ver com o Evangelho ou com Jesus de Nazaré, pois seu convite é para que experimentemos a vida, nunca a morte! 


Georges Clemenceau escreveu: “os cemitérios estão cheios de pessoas insubstituíveis”. Quero lhe afirmar com toda convicção: para Deus você é único, irrepetitível e insubstituível! Ele não lhe vê como mais um, pois você não é um número, nem um rosto na multidão, não é um dizimista, nem mesmo um crente, mas sobre todas estas coisas você é Filho, pois, segundo João, todos que receberam a Cristo foram constituídos membros da Família de Deus. 


Eu tenho certeza que um dia serei sepultado. Não sei quem fará o ofício, mas espero um funeral de categoria, com muita música e alegria. Quero que celebrem a minha vida, nunca a minha morte, pois eu, naquele momento, estarei indo de encontro para aquilo que fui designado, para ser inteiro, completo, para conhecer como sou conhecido, para não mais ver por espelho, mas face a face, para tornar-me ser integral, com corpo ressurreto e vida eterna. 


Por fim, quero dizer só mais uma coisa: não estou com nenhuma pressa de morrer e muito menos de ser sepultado antes da hora, principalmente, porque ainda estou vivo. E mais: Deus não está morto, mas vive, não pode, todavia, ser algemado a uma igreja, pois, por sofrer de claustrofobia, não é possível ser contido ou enclausurado. Quem puder entender que entenda... 

Por: Carlos Moreira

Fonte: Genizah

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Creio mas duvido



Creio na infalibilidade das Escrituras Sagradas,

Mas duvido daqueles que dizem segui-la sem jamais tropeçar.

Creio que a Fé em Cristo é, e sempre será o único motivo de nossa salvação,

Mas duvido daqueles que buscam essa salvação como ato de recompensa, e não de Graça.

Creio que meus pecados são a única coisa que me separa de Deus,

Mas duvido que o amor de Deus e a sua misericórdia sejam menores que minha culpa.

Creio em um arrependimento verdadeiro dos mais terríveis pecados cometidos,

Mas duvido da sinceridade daqueles que cobram de nós uma santidade que eles não tem.

Creio que ser santo e separado é viver no mundo sem aceitar ou concordar com suas práticas,

Mas duvido daqueles que fazem dessa maneira de viver um fardo de práticas meramente religiosas.

Creio na simplicidade do viver e na simplicidade de servir como cristão,

Mas duvido que ser simples seja sinônimo de miséria e ignorância.

Creio que viver de maneira cristã é ser quem sou sem ser o que não devo ser.

Mas duvido daqueles que pensam ser o que jamais serão.

Creio que muitos em algum momento já duvidaram,

Mas duvido daqueles que em tudo dizem que nunca duvidaram.

Creio na manifestação do evangelho em Cristo para redenção do homem,

Mas duvido daqueles que usam esse evangelho como mercadoria de obter lucro.

Creio que Deus manifesta seu poder de maneira livre e onde Ele quer,

Mas duvido daqueles agem e falam como se Deus nos devesse seus favores.

Creio no Deus que está sobre tudo e sobre todos e age conforme lhe apraz,

Mas duvido de um deus que virou marionete nas mãos de homens.

Creio que as misericórdia do Senhor são a causa de não sermos consumidos,

Mas duvido daqueles que esperam no Senhor somente nesta vida.


E enquanto você reflete sobre isso, continuo crendo e pensando, pois isso é o que faz crescer...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

M A N I F E S T O



Universidade Mackenzie: Em defesa da liberdade de expressão religiosa.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil
publicado no ano de 2007 e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro, para ampla divulgação.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A Fé de um desviado


 
Em nossos dias e no evangelicalês moderno usado nas igrejas evangélicas, “desviado”, é um termo usado para aquelas pessoas que “afastaram-se”, “distanciaram-se”, “enveredaram-se” por um caminho que segundo os conceitos evangélico-religiosos, é viver de uma forma diferente dos demais, para alguns fanáticos, quase um desertor da fé.


Muitos em uma singela ignorância chegam a determinar e definir com palavras tolas e insensatas que certos ritos ou costumes podem determinar e distinguir um “fiel” de um “desviado”.


Muitas igrejas evangélicas hoje estão cada dia mais ligadas a um sincretismo religioso do que ao verdadeiro evangelho de Cristo, estão muito mais preocupadas em dar satisfação de sua pseudo santidade, a ter uma preocupação com seu relacionamento e entendimento das Escrituras.


Distinguem quem tem “fé” de um “desviado” apenas por comportamentos meramente ritualisticos, costumeiros e sem propósitos em si, e sim em uma forma de ser reconhecido como “fiel” a partir de si mesmo. Esquecem-se de que a linha que divide um salvo de um não salvo é a vontade soberana de Deus. Se é que compreendem. (Quem lê entenda!)


Enquanto aqueles que se sentem “fieis” o suficiente para determinarem quem é de quem não é fiel, baseado apenas em costumes misticos, a igreja evangélica brasileira está se tornando uma “igreja desviada”, pois tem desviado-se cada dia mais do verdadeiro ensino e propósito de toda a Escritura, pois pessoas que defendem com suas próprias vidas sua pseudo santidade, não defendem a mensagem de regeneração e salvação dos pecadores e desviados que o Evangelho ensina, preferem desperdiçar nossos ouvidos e nosso tempo com tolices e palavras bajuladoras que massageiam o ego daqueles que pouco se importam com a obra do Reino.


A Fé de um desviado é muito mais proveitosa em seu efeito do que a pseudo fé de um hipócrita!



E enquanto você reflete sobre isso, continuo crendo e pensando, pois isso é o que faz crescer...

domingo, 14 de novembro de 2010

Deixe que a Bíblia fale!



. . .(Alguns) . . .nunca chegam a aceitar plenamente o ensino e a autoridade das Escrituras. . . Não se aproximam da Bíblia para submeter-se completa e absolutamente a ela. Se ao menos chegássemos às Escrituras como crianças, e as aceitássemos em seu significado transparente, e permitíssemos que elas nos falassem, esta espécie de dificuldade não surgiria nunca. Essas pessoas não fazem isso. O que fazem é misturar as suas idéias pessoais com a verdade espiritual.

É claro que alegam que tiram suas idéias basicamente das Escrituras, mas, e esta é a palavra fatal, imediatamente passam a modificá-la. Aceitam certas idéias bíblicas, mas há outras idéias e filosofias que desejam trazer consigo, de sua vida antiga. Misturam idéias naturais com idéias espirituais. Afirmam que gostam do Sermão da Montanha e de 1 Coríntios 13. Dizem que crêem em Cristo como Salvador, mas ainda argumentam que não devemos ir longe demais nessas questões, e que elas acreditam na moderação. Daí, começam a modificar as Escrituras. Negam-se a aceitá-las como autoridade em todos os pontos na pregação e no viver, na doutrina e na maneira de encarar o mundo.

«As circunstâncias mudaram», dizem tais pessoas, «e a vida não é mais o que costumava ser. Agora, estamos vivendo no século XXI». Assim, pois, modificam as Escrituras aqui e ali, para adaptá-las às suas idéias pessoais, ao invés de levarem firmemente a doutrina escriturística à sua conclusão lógica, de começo a fim, e de confessarem quão irrelevante é a conversa sobre que estamos no século XXI. Esta é a Palavra de Deus, não limitada pelo tempo, e, visto que é a Palavra de Deus, devemos submeter-nos a ela, confiando em Deus, crendo que Ele empregará os Seus próprios métodos e à Sua própria maneira.

Martyn Lloyd Jones