domingo, 6 de novembro de 2011

Justificação e Santificação




Santificação é o que Deus faz no crente; ela não é as boas obras do crente. Importante como elas são, contudo, nem a santificação nem as boas obras são a base da salvação ou o fundamento da esperança cristã. Santificação, certamente, é uma obra da graça de Deus, mas ela é o resultado de um ato de graça mais fundamental. A menos que a santificação esteja enraizada na justificação, e a justificação na eleição, a santificação não pode escapar dos venenos do subjetivismo, moralismo ou Farisaísmo.

O raciocínio pecaminoso pode nos dizer que o que Deus faz ao mudar o coração do pecador é a coisa mais importante que Deus possivelmente possa fazer no processo de salvação. Esta alegação é o cerne da soteriologia Católica Romana, e deve ser admitido que a preocupação devastadora do neo-evangelicalismo hoje é sua mensagem de ser salvo “deixando Cristo entrar em seu coração”, sendo nascido de novo, etc. É o neo-evangelicalismo Romano. A grande verdade da justificação pela fé somente, contudo, não trata com os atos de Deus dentro do crente, mas com os atos salvadores de Deus fora do crente.

Primeiro, a razão da aceitação de um homem por Deus, para a vida eterna, é pura graça: “sendo justificado livremente por sua graça” (Romanos 3:24). A palavra grega aqui traduzida por livremente é traduzida em outro lugar por sem causa. A graça de Deus não está condicionada a qualquer qualidade no coração ou vida humana. Tão longe ela está de se relacionar com uma qualidade dentro do homem que o apóstolo declara que esta “graça...que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (2 Timóteo 1:9). Graça é uma qualidade no coração de Deus, Sua disposição de ser benévolo e misericordioso para com aqueles que estão perdidos e que são não-merecedores. Graça significa o atributo de Deus de aceitar aqueles que são inaceitáveis — incluindo aqueles a quem Ele tem santificado.

Todavia, Deus não pode permitir que Sua graça cancele Sua justiça. A regra da lei deve ser sustentada. Deus deve ter fundamentos válidos para perdoar pecadores e aceitá-los como justos. Aqueles fundamentos são também completamente fora de nós: “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24).

A vida e a morte de Cristo são os únicos fundamentos de Deus ser capaz de nos julgar e nos tratar como justos. Isto é ser “justificado por Cristo” (Gálatas 2:1). O Evangelho proclama que pecadores são salvos pelos atos objetivos e concretos de Deus na história. Esta é uma ação que é tão fora do pecador que ela aconteceu há dois mil anos atrás. Isto é Cristianismo. É a única religião verdadeiramente histórica. Todas as outras religiões ensinam que a salvação é encontrada em algum processo dentro do adorador, e conseqüentemente, a suprema preocupação do adorador é com sua experiência interna. Somente o Cristianismo proclama uma salvação que é encontrada num evento fora do pecador.

A base da salvação não é um processo subjetivo. Se o modo de salvação fosse simplesmente uma questão de convidar a Cristo para o coração ou ser nascido de novo pelo Espírito, então, Cristo não necessitaria ter vindo aqui para sofrer e morrer. Mas nenhuma quantidade de santificação ou santidade interior pode construir uma ponte para o abismo que o pecado tem feito e nos colocar num relacionamento correto com Deus. Comunhão com Deus não pode descansar num processo interno de ser feito santo. Perfeição não é algo que Deus requer no final do processo. Ele demanda perfeição e absoluta santidade antes que qualquer relacionamento correto possa começar.


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