domingo, 27 de fevereiro de 2011

A humanidade de Jesus



Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. Is 53:3


Quando tentamos analisar Jesus a partir de uma vida comum a todos os homens, sempre buscamos ver Jesus como temos visto o ser humano em nossos dias, quando tentamos desmistificar Jesus quanto a sua humanidade, sempre achamos que Ser Humano foi algo diferente para o filho de Deus e Salvador dos homens, quando queremos apresentar um Cristo que assim como Salvador era Homem em seus aspectos físicos e psíquicos, nos deparamos com uma cultura mística de discernimento quanto a sua humanidade.

Porém, ao lermos nas Escrituras Sagradas versículos que falam a respeito dessa humanidade da qual Jesus adquirira encarnando-se, vemos que Nele estava tudo aquilo que demonstram uma total e completa humanidade limitada há tempo, espaço e forma. Uma humanidade que diferente de caráter tem suas características relacionadas com expectativas comuns a seres humanos comuns mas que ao mesmo tempo alimenta de dúvidas aqueles que depositam esperanças falsas de perfeição postas ou impostas a um Ser Humano pura e simplesmente para que este seja visto como algo superior e diferente dos demais. Como alguém já disse uma certa vez: “o ser humano não suporta a idéia de ver o quão humano é seu Deus.”

No verso de Isaías 53:3 podemos contemplar de forma clara e evidente que o Cristo, O Filho de Deus e Salvador de nossas vidas era tão humano quanto Deus e vise-e-versa. Se analisarmos tão somente os escritos do profeta e de como ele nos apresenta Jesus Cristo sem um conhecimento e entendimento mais aprofundado e mais teológico sobre sua declaração podemos até pensar e questionar que: como um Deus se fez tão homem? Como um Deus que fez parte de toda obra da Criação de todas as coisas está nesse instante sendo apresentado como alguém que carrega em seu corpo tudo aquilo que homens “criados” carregam sobre si e mesmo assim continuar sendo Deus e Eterno?

São questões como essa que nos maravilham quando olhamos a humanidade de Cristo e vemos nessa humanidade um exemplo de humanidade. Quando olhamos sua vida como o encarnado de Deus e assim fazemos comparações de como Jesus viveu a sua vida terrena e de como aqueles que o postecederam seguem, vivem e enfrentam todas as dificuldades de viver como ser humano.

Quando o profeta diz: “Foi desprezado e rejeitado pelos homens,” ele declara que aqui temos uma clara demonstração de que Jesus não carregava sobre si e de forma evidente, nenhuma característica especial que o diferenciasse das outras pessoas que viviam ao seu lado quando se diz respeito a sua forma física e social. Cristo não era um andróide ou um protótipo de ser humano a viver sobre a terra, Ele não carregava qualidades ou “super-poderes” que fizessem dele alguém que jamais passou desapercebido por aqueles que viviam ao seu redor, tanto familiares quanto desconhecidos. Pelo contrário, vemos que os homens de sua época viam na humanidade de Cristo aquilo que eles menos se interessavam, por isso era tido como “rejeitado”.

O texto de Isaias continua falando sobre a humanidade de Cristo e assim continua a descrever: “um homem de dores e experimentado no sofrimento.” Assim era o filho de Deus como homem, alguém que carregava em seu rosto o suor, em suas mãos os calos, e em seus pés a poeira de alguém que viviam no cumprimento de suas obrigações e que nem sempre essas obrigações traziam um resultado satisfatório, benéfico e prazeroso. Dor e sofrimento foram algumas vezes o resultado de muitas das atitudes de Jesus em sua vida social, familiar e religiosa em sua época, época essa que exigia dos homens um comportamento diferenciado por parte das exigências governamentais em todos os seus níveis e aspectos, e que com isso fazia-se necessário que um homem vivesse ao nível de homens, com responsabilidades de homens, e cumprimento de todas as exigências de uma sociedade de homens. Não encontramos nesse verso e nem nos evangelhos evidencias de quais eram essas exigências que haviam em seu tempo, mas que a história mostra que eram reais e muito exigidas para que o individuo fosse considerado membro de seu grupo social.

“Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado,” Vemos que no Homem Jesus, não encontrávamos qualidades inerentes daqueles que carregam sobre seus ombros Títulos e Pró-eminencia para que sejam queridos e desejados de sua companhia e presença, não fica demonstrado aqui que ter Jesus como companheiro social seria algo de que desse algum orgulho, mas que sua companhia era algo que até certo ponto poderia contribuir para um certo questionamento quanto ao nível e a aceitação de quem quer que seja diante dos mais respeitados e admirados homens de sua época. Ser desprezado, parece que foi algo que Jesus e aqueles que se aproximavam dele tinham que suportar por conta de sua pura e simples humanidade.

Dai, quando o profeta Isaías termina seu verso dizendo: “e nós não o tínhamos em estima.” deixa ainda mais evidente que assim como ter Jesus por perto não era algo de que enchesse o ego daqueles que viviam ao seu redor, ainda mais o menosprezavam por sua simplicidade na maneira de ser, de viver, e de agir, diante de todo aquele mundo greco-judaico de seu época. Mundo esse que mesmo distante em tempo do profeta Isaías, corroborou perfeitamente para que nele fosse manifesto o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Jo 1.29” 
 
 
E enquanto você reflete sobre isso, continuo crendo e pensando pois isso é o que faz crescer...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Imerecedores da Graça

 
Somos como o impuro - todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniqüidades nos levam para longe. Is. 64.6
Esse concerteza é um versículo que em nada fala daquilo que hoje em dia massacram nossos ouvidos quando ligamos a TV ou o rádio para vermos ou ouvirmos uma pregação sadia e que se preocupe somente na exaltação de Deus sem a costumeira "troca de favores" que tem se espelhado pelas pregações expostas nessa nação, talvez por que ele fale exatamente o contrário de tudo aquilo que alimenta e massageia o ego do ser humano quanto a sua capacidade de "ajudar" a Deus em Sua vontade de realizar ou não aquilo que lhe apraz.
Quando li esse texto em Isaias, me veio a mente um pensamento com relação aquilo que em muito tem nos enganado, um pensamento de que tudo o que fazemos é visto em um todo como uma representacão de o quanto somos "importantes" para a manifestação da misericórdia divina em nossa familia, vizinhos, irmãos e sociedade em geral. Homens e mulheres que dia após dia carregam sobre si mesmos a "auto excelência" de se nomearem profetas de Deus. Sem contar os que se auto apostolaram de uma autoridade sobre humana proveniente de uma divindade que ao meu ver é muito mais psiquica que divina, mas para torná-la aceitavel é necessário divinizá-la para que assim seja aceita pelos "desinformados" como manifestação de Deus.
Neste texto o profeta Isaias fala de forma clara ao povo de Israel que não eram suas atitudes e comportamentos de demonstração piedosa e religiosa que seriam capazes de torná-los dignos de receberem a misericórdia divina ou que fariam deles um povo merecedor de redenção, não seria a bondade, a compaixão, a piedade, a solidariedade e a justiça de seus atos que tornariam eles merecedores e dignos de misericórdia, como diz o profeta "Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo." e isso prova que podemos ser visto aos olhos humanos como Bons, mas não aos olhos divinos.
Não que uma atitude movida a bondade, compaixão, piedade, solidariedade e justiça, sejam desprezadas e não deva fazer parte de uma pessoa que busca viver os preceitos dignos de um viver para a glória de Deus, porém isso não nos torna merecedores de sua misericórdia e compaixão, isso por que por mais "bom" que sejamos, ainda assim seremos impuros e indignos Dele por conta do pecado que carregamos sobre nós mesmos.
E esse é o clamor do profeta Isaias, um clamor para que o povo escolhido por Deus reconheça que "Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniqüidades nos levam para longe." e com isso a nossa mediocridade de sermos fieis só é capaz de nos tornar merecedores da ira de Deus. Ira essa que foi posta sobre Cristo para que Nele toda a justiça de Deus fosse satisfeita e assim a Sua Salvação alcançasse Seu povo unica e exclusivamente através de sua Graça e misericórdia manifesta por intermédio de seu filho Jesus Cristo.
Que a cada dia possamos reconhecer o quanto padecemos dessa graça e dessa misericóridia sobre nós, não somente por nos encontramos em situações adversas a nossa vontade, mesmo porque tudo faz parte de um propósito, mas que venhamos colocar nossa esperança e nossa fé não naquilo que fazemos, mas naquilo que já foi feito, naquilo que jamais seriamos capazes de fazer, naquilo que imerecedores que somos foi feito por nós, naquilo que é e deverá sempre ser o único motivo de nossa confiança, A Graça de Deus por meio de Seu Filho Jesus. Nossa Salvação!
 
E enquanto você reflete sobre isso, continuo crendo e pensando, pois isso é o que faz crescer...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Lista dos Deputados Evangélicos que votaram contra salário mínimo mais justo



"Aquele, pois, que sabe o bem que deve fazer e não o faz comete pecado." Tiago 4:17


"Até quando defendereis os injustos, e tomareis partido ao lado dos ímpios? Defendei a causa do fraco e do órfão; protegei os direitos do pobre e do oprimido. Livrai o fraco e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. Eles nada sabe, e nada entendem. Andam em trevas." Salmos 82:2-5a


Abaixo segue a lista com os nomes dos parlamentares evangélicos que preferiram ser fiéis à orientação partidária, a serem fiéis aos princípios de justiça preconizados no Evangelho de Jesus, votando contra um salário mais digno para o trabalhador brasileiro. A questão é: eles são deputados cristãos, ou cristãos deputados? Porque se forem cristãos deputados, devem mais lealdade a Cristo e ao povo do que ao partido. O partido lhes deu a legenda, mas foi o povo que lhes confiou o voto. Eis a lista:


1. Anderson Ferreira

2. André Zacharow
3. Aguinaldo Ribeiro
4. Antonio Bulhões
5. Anthony Garotinho
6. Antônia Lúcia
7. Aureo
8. Benedita da Silva
9. Cleber Verde
10. Dr. Grilo
11. Edinho Araújo
12. Edmar Arruda
13. Edivaldo Holanda Junior
14. Eduardo Cunha
15. Erivelton Santana
16. Fátima Pelaes
17. Filipe Pereira
18. George Hilton
19. Heleno Silva
20. Íris de Araújo
21. Jefferson Campos
22. Jhonatan de Jesus
23. Josué Bengtson
24. Laercio Oliveira
25. Lauriete
26. Leonardo Quintão
27. Liliam Sá
28. Lincoln Portela
29. Lourival Mendes
30. Manato
31. Marcelo Aguiar
32. Mário de Oliveira
33. Márcio Marinho
34. Missionário José Olimpio
35. Neilton Mulim
36. Nilton Capixaba
37. Otoniel Lima
38. Oziel Oliveira
39. Pastor Eurico
40. Pastor Marco Feliciano
41. Paulo Freire
42. Professor Setimo
43. Ronaldo Fonseca
44. Ronaldo Nogueira
45. Sérgio Brito
46. Sueli Vidigal
47. Silas Câmara
48. Sabino Castelo Branco
49. Hidekazu Tayama
50. Vitor Paulo
51. Walter Tosta
52. Walney Rocha
53. Washington Reis
54. Zé Vieira
55. Zequinha Marinho


Para sermos justos, oferecemos também a seguir a lista dos parlamentares evangélicos cujos votos foram favoráveis à emenda que concedia o aumento maior do o oferecido pelo governo.



Andreia Zito
Arolde de Oliveira
Bruna Furlan
Fernando Francischini
Henrique Afonso
João Campos
Jorge Tadeu Mudalen
Onyx Lorenzon
Romero Rodrigues
Ruy Carneiro
Vaz de Lima


Abstiveram-se de votar: Lindomar Garçon e pastor Roberto de Lucena


"Ais dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades, para privar da justiça os pobres." Isaías 10:1



"Os teus príncipes são rebeldes, companheiros de ladrões; cada um deles ama o suborno, e corre atrás de presentes." Isaías 1:23a



Desta vez prefiro não fazer comentários e deixar que a Bíblia fale por si. Se é que esses homens ainda têm algum temor a Deus e reverência à Sua Palavra...Desculpem-me pelo tom, mas estou revoltado com esta bancada evangélica (ou seria cambada evangélida?) Nojo!

Por: Hermes C. Fernandes - Via Genizah 




Meu comentário:

Esse foi um dos melhores post que já li desde que entrei nessa blogosfera, pelo seu conteudo denunciante, todavia foi também o mais vergonhoso de se ver! É inadimissivel ver homens e mulheres que se auto intitulam homens e mulheres de Deus fazerem exatamente aquilo que os impios fazem contra a população já bastante distratada desse país, e a favor de seus interesses mesquinhos egoistas e nada cristãos.

Não se faz necessário falar muita coisa diante de textos bíblicos tão nítidos quanto esses que estão no post, mas só uma coisa me veio a mente depois que li esse post. Você que votou nesses deputados por serem "homens e mulheres de Deus" estão orgulhosos?

"NOJO!" Descreveu muito bem o que senti ao ler tudo isso. Lamentável


E enquanto você reflete sobre isso (indignisse) eu indignado, continuo crendo e pensado pois isso é o que faz crescer...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Manifesto brasileiro

 
 
Este artigo não tem cunho teológico apesar de ser minha intenção atingir os cristãos e até os não cristãos que acessam o blog e compartilham do mesmo pensamento, e àqueles que discordam, todo dia é dia de rever conceitos. (rsrs...)

Tenho sentido nesses últimos dias uma inquietação em minha alma com relação a nossa sociedade, e quando falo em sociedade não estou sendo específico a nenhuma classe social, apesar de que com algumas exceções, um pequeno grupo não se sente tão vitima de tudo o que temos visto e ouvido, apesar de muitos taparem olhos e ouvidos para a realidade e preferirem viver alheios em seus “mundinhos”.

Antes de tudo, confesso que nunca fui tão perceptivo e interessado em questões que nos atingem quase que inevitavelmente como população integrante de um sistema sócio-político, talvez seja esse o principal motivo que nos deixe tão reféns desse sistema, a falta de interesse pela forma de como ele é conduzido. Essas questões que tem nos cercado ao ponto de nos sufocar são as que estão a essa altura na proeminência dos acontecimentos, mas disso falo mais adiante.

A priori, quero começar falando sobre nós, população brasileira que vive seu ápice de consumismo e de valorização das coisas sem valor, uma sociedade que tem como prática cultural de sua grande maioria, cultuar seu próprio nariz, uma sociedade que chegou a era da informação com o maior numero de desinformados, e isso não se dá apenas pela educação defeituosa oferecida por nosso governo, mas também pela desestruturação familiar que tem criado seus filhos como se fossem uma carga pesada a ser levada por um certo tempo, e que mais na frente é abandonada a sua própria sorte. (Família desestruturada = Sociedade desestruturada)

Nossos princípios são egoísmo e auto-satisfação, nossos propósitos, satisfazer o EGO e preencher o vazio da nossa existência com algo rápido, prático e duradouro, sendo que para isso usamos na maioria das vezes as coisas mais insignificantes que foram “inventadas”, e que jamais servirão para tal propósito por serem superficiais, nosso velho modismo. Práticas superficiais para pessoas superficiais que vivem sentimentos superficiais e se satisfazem com tudo o que é superficial, resultado? Vida superficial. E toda essa superficialidade tem suas conseqüências, e geralmente essas conseqüências são drásticas, dolorosas e imperceptíveis em primeiro plano.

E aí, a conseqüência de todo esse desprezo que damos a coisas importantes e verdadeiramente úteis ficam renegadas como descartáveis e dispensáveis em sua grande maioria já que não trarão o resultado sem a necessidade de esforço, pois o que importa é satisfazer o imediatismo nosso de cada dia mesmo que para isso eu perca a capacidade de analisar os motivos e objetivos de tudo que estar ao redor.

Com isso, criou-se uma sociedade capaz de viver monopolizada por sua incapacidade de dirigir seu próprio pensamento. Pensamento esse que está cativo a um desejo, uma vontade, um sentimento, que na maioria das vezes não se sabe nem o quê ou o porquê de sua maneira de pensar. Mas isso, não é o X da questão desse artigo.

A questão é: enquanto vivemos essa “existência” que chamamos de vida, existem aqueles que por “habilidade” não sei se natural ou adquirida, aproveitam-se dessa forma de encarar a vida da grande maioria da nossa nação, e de maneira cruel fazem e desfazem de forma bizarra e sem nenhum escrúpulo, todo tipo de atrocidade social e política, e tudo isso com o aval dos mesmos que posteriormente serão massacrados e humilhados pelos seus “representantes” que os enganam em suas próprias vontades.

Vemos e revemos dia após dia em todo tipo de mídia (umas confiáveis e outras nem tanto) os abusos cometidos pelos gestores públicos em todas as escalas e níveis existentes, usam e abusam de direitos criados por eles mesmos e que só beneficiam eles mesmos, para com isso obterem não só vantagens financeiras, mas também para adquirirem “poder” sobre outros.

E esse sistema governamental tem como sua pior conseqüência não só a evasão e a apropriação indevida de recursos públicos, mas cria a filosofia de que qualquer um em qualquer nível público ou privado pode usar de meios ilícitos para obter vantagens, e essa prática é absorvida pelo pensamento do “nada acontece” e assim a freqüência vai dando a impressão de que “o que não pode” já é permitido.

E enquanto vemos a proliferação de abusos cometidos por repartições publicas e empresas fornecedoras de necessidades básicas como água, luz e telefone, cometendo abusos e desmandos de toda natureza e ainda “escravizam” seus clientes que não tem opção de mudança, e por isso somos obrigados a somente aceitarmos (de preferência calados!) toda essa situação.

E de quem é a culpa? Do governo? Dos donos dessas empresas? Do sistema que massacra a muitos para o proveito de poucos? Eu diria que no caso de nosso país o maior culpado não são esses citados, mas a nossa passividade e aceitação de tudo aquilo que acontece ao nosso redor, e que no final das contas somos os mais prejudicados. Preferimos dar mais importância ao nosso futebol, ao nosso carnaval, as nossas inutilidades (novelas e outros) de entretenimento, a ter que prestarmos esse tempo em favor de situações verdadeiramente importantes.

Somos escravos não do sistema, não do governo, não das empresas, mas da nossa incapacidade de nos indignarmos e agirmos em favor do bem comum, bem esse que é maior e mais amplo que nossa vontade egoísta de cada dia.

Não é apenas um pensamento religioso que fará do nosso país um lugar mais justo e menos corrupto, é sim acreditarmos que enquanto formos exclusivistas ao invés de inclusivistas sempre seremos escravos de nossa incapacidade de pensar e agir em conjunto.

Quer um país mais justo e de melhor resultado social? Viva não somente para você, mas para o bem comum. Ser cidadão é papel de quem acredita que tudo pode ser diferente.
 
E enquanto você reflete sobre isso, eu continuo (indignado) crendo e pensando, pois isso é o que faz crescer.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A cruz do passado, e a cruz do presente.



Silenciosamente e sem que se apercebesse, uma nova cruz apareceu nesses tempos modernos tomando conta dos círculos evangélicos. É muito parecida com a velha cruz, mas só na aparência, porque é diferente: A semelhança é superficial, e a diferença fundamental. Dessa nova cruz apareceu uma nova filosofia de vida cristã e a partir dessa nova filosofia surgiu uma nova técnica evangélica, um novo tipo de culto e de pregações. Esse novo evangelismo usa a mesma linguagem que o antigo, mas seu conteúdo já não é o mesmo e suas ênfases não são iguais ao velho evangelho.

A velha cruz não estava engajada com o mundo. Para a velha carne adâmica ela significava o fim de uma jornada. Carregava consigo a sentença imposta pela lei do Sinai. A nova cruz não se opõe à raça humana, ao contrário, é uma amiga e, se bem compreendida tornou-se a fonte de bem-estar, de beleza e de inocentes prazeres mundanos. Ela permite que o Adão viva sem interferências. As motivações de sua vida continuam a mesma; o homem não muda. Continua a viver para seu próprio prazer, com a diferença de que agora se deleita em cantar hinos e de ver filmes cristãos – os quais se tornaram substitutos das músicas do mundo e das bebidas. A tônica de sua vida continua o prazer – um prazer num nível mais elevado e intelectualizado.

A nova cruz encoraja uma abordagem evangelística totalmente diferente. O novo evangelho não exige que a pessoa renuncie à vida de pecado para poder receber uma nova vida. Ele não aborda os contrastes, mas as similaridades. Faz questão de mostrar ao seu auditório que o cristianismo não faz exigências e demandas desconfortáveis, ao contrário, oferece o que o mundo dá, apenas num nível superior. Os glamoures do mundo são substituídos pelos glamoures da nova religião que é um produto bem melhor.

A nova cruz não sacrifica o pecador, apenas o redireciona. Ela o conduz por uma vida mais limpa e alegre e preserva sua auto-reputação. Para o auto-determinado diz: Venha e tome uma determinação por Cristo. Ao egoísta proclama: Venha e se alegre no Senhor. Para o aventureiro, diz: Venha e descubra a aventura da comunhão cristã.

A mensagem cristã segue a moda em voga para ser aceitável ao público. A filosofia por trás dessa cruz pode até ser sincera, mas a sinceridade não encobre sua falsidade. É falsa porque é cega. Perde de vista completamente o sentido da cruz. A velha cruz é símbolo de morte. Está ali para dizer ao homem de forma violenta que sua vida chegou ao fim. No império romano quando alguém passava pelas estreitas ruas carregando uma cruz, já havia se despedido de todos os amigos. Não podia voltar atrás. Tinha de seguir até o fim.

A cruz não permitia acordos, nada modificava e nada preservava. Ela matava o homem completamente e para seu bem. A cruz não fazia acordos com sua vítima; ela agia de maneira cruel e dura, e quando sua tarefa terminava, o velho homem deixava de existir. A raça adâmica está condenada a morrer. Não há comutação ou substituição da pena nem escape.

Deus não aprova nenhum dos frutos do pecado, por mais inocente ou belo que pareçam aos olhos do ser humano. Deus salva o homem liquidando-o completamente pra depois ressuscitá-lo a um novo estilo de vida. A evangelização que traça paralelos amistosos entre os caminhos de Deus e do homem é falsa, anti-bíblica e cruel para as almas dos ouvintes.

A fé de Cristo não anda paralela com o mundo; ela o intercepta. Ao nos achegarmos a Cristo não elevamos nossa velha vida a um plano maior; nós a deixamos na cruz. O grão precisa ser enterrado e morrer, antes de ressurgir uma nova planta. Nós os que pregamos o evangelho devemos deixar de lado a ideia de que somos agentes do bom relacionamento de Cristo com o mundo. Não podemos alimentar a ideia de que fomos comissionados para tornar Cristo agradável aos grandes homens de negócios, à imprensa, à mídia, ao mundo dos esportes e da cultura. Não somos diplomatas; somos profetas, e nossa mensagem não é uma aliança, um acordo, e sim um ultimato.

Deus oferece vida, mas não a improvisação da velha vida. A vida que ele oferece é vida que nasce da morte. É uma vida que se posiciona ao lado da cruz. Todos os que a querem têm de passar sob a vara. Precisam negar-se a si mesmo aceitando a justiça de Deus sobre sua vida. O que dizer de uma pessoa condenada que encontra vida em Cristo Jesus? Como essa teologia pode ser aplicada à sua vida? Simples: O homem tem que se arrepender e crer. Ele precisa deixar para trás seus pecados e depois sentir-se perdoado. Não pode encobrir coisa alguma, defender-se e escusar-se.

O homem não pode tentar fazer acordos com Deus, tem que baixar a cabeça ante o descontentamento divino. Deve reconhecer que está disposto a morrer. Depois, espera e confia no Senhor ressuscitado, porque do Senhor vem a vida, o renascimento, a purificação e o poder.

A cruz que deu fim à vida terrena de Jesus põe fim ao pecador; e o poder que ressuscitou a Cristo dos mortos, agora ergue o pecador para sua nova vida com Cristo. Àqueles que fazem objeção a esse fato ou acham que é um ponto de vista estreito e particular da verdade, é preciso dizer que Deus estabeleceu sua marca de aprovação dessa mensagem dos dias de Paulo até hoje. Ditas ou não com essas mesmas palavras, este tem sido o conteúdo de todas as pregações que trouxeram vida e poder ao mundo ao longo dos séculos. Os místicos, os reformadores e os avivalistas deram ênfase à cruz, e sinais, milagres e maravilhas de poder do Espírito Santo são testemunhas da aprovação de Deus.

Será que nós, os herdeiros desse legado de poder podemos contender com a verdade? Será que podemos com nossos lápis (escritos) apagar a marca registrada ou alterar o modelo que nos foi mostrado no monte? Que Deus nos proíba! Preguemos sobre a velha cruz e conheceremos o velho poder.
 
Por: A. W. Tozer
 
Extraído de Man, the dwelling place of God (O homem, habitação de Deus), 1966.
 
Fonte: Revival School - Via: Bereianos