quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Era uma vez um evangelho...


 
Era uma vez um evangelho que nasceu de um jovem Galileu, um garotinho que aos seus 12 anos já mostrava para todos os mais “sábios” e conceituados homens de sua época e em suas posições eclesiomagistrais que acima de todos os conceitos sócio-politico-religioso havia algo de que eles ainda não haviam compreendido direito.

Algo que para eles, já era uma questão resolvida, não havia mais necessidade de questionamentos ou qualquer outra coisa que viesse a mudar suas concepções, afinal de contas todas as suas tradições e certezas apontavam para o mesmo lugar e objetivo, “nossa religiosidade é suficiente!”.

Esse garotinho cresceu, e com ele a graça e o conhecimento em seu interior foram sendo aperfeiçoados. Certo dia ele decide colocar em ação tudo aquilo que estava proposto para ele, tudo aquilo que com certeza iria mudar os rumos da história vindoura e causaria um impacto sem precedentes na humanidade.

Para isso, escolheu para si doze homens, a esses em poucas palavras falou tudo aquilo que os mesmos esperavam ouvir por toda vida, algo que para eles era em certo ponto até conhecido, mas não como aquele (já homem) havia lhes apresentado, não com aquela convicção, não com aquela alegria, não com aquela esperança eterna.

É apresentado ali o Evangelho. Não escrito em folhas de papiro, mas vivido por aquele que nasceu para isso. Esse evangelho que foi apresentado a doze homens como o poder de Deus, foi apresentado também a todos àqueles que se achegavam para conhecê-lo, no principio vinham por curiosidade, com o passar do tempo tornou-se por necessidade.

Simples e objetivas eram as palavras desse evangelho, porém para um grupo de “religiosos” era algo inadmissível. Algo que precisava ser contido, algo que vinha contra todas as suas tradições, algo que expunha a fraqueza, a incapacidade, a arrogância, a malicia, o engano, enfim expunha o pecado de todos eles. O pecado de todos, inclusive o pecado daqueles que se achavam tão “santos” perfeitos e sem erros.

Mas esse evangelho não só expunha o pecado para ficar somente exposto, ele era a cura para toda e qualquer ferida que esse pecado causava no homem, aliás, a única cura. Feridas essas que jamais seriam saradas de maneira natural, pois eram feridas eternas.
 
Mas um homem, um justo, resolveu viver e mostrar-se como exemplo de que existia um que era o caminho, a verdade e a salvação, e era de maneira definitiva. Porém para isso se fazia necessário haver uma restauração, restauração de algo que havia sido rompido, algo que fazia dos homens criação peculiar do criador e foi rompido pela desobediência de seu criação.
 
E o evangelho que o Homem da Galiléia nos apresentou foi como chegar até o reconhecimento de nossa incapacidade de chegarmos até nosso Criador e nos arrependermos de nossos erros, e Ele, o Salvador, veio para nos mostrar como o Criador manifestaria sua graça para resgatar sua criação de uma condenação eterna.

Esse era o objetivo de Evangelho, o verdadeiro evangelho.
 
E ai você me pergunta: como assim era? Não é mais?
 
Sim! ainda é esse sim.
 
Redenção, Reconciliação, Restauração, Salvação.
 
Esses são os verdadeiros objetivos de tudo que Cristo ensinou, viveu e nos deixou para que crêssemos. Porém vivemos tempo em que o "velho evangelho" foi manipulado por um evangelho moderno.
 
Um evangelho que tirou de Deus e de Cristo sua centralidade, e colocou no homem e em suas ancias, vontades, carências, dores, necessidades egoístas e frustrações pessoais o centro de sua mensagem.
 
Vivemos tempos em que a mensagem do evangelho foi colocada a venda, basta tão somente dar uma "oferta", acreditar em amuletos, práticar coisas estranhas e sessões de descarrego e  adquirir muitos outros apetrechos e esse evangelho moderno entrará em ação e como num passe de mágica, PLIN! e "todos os seus desejos serão realizados!"

Esse não foi o evangelho que Cristo deixou, e sim o evangelho que os ambiciosos e manipuladores criaram.
 
O verdadeiro evangelho de Cristo é um chamado a auto negação e não a uma auto satisfação.
 
Se você assim como eu, não se vendeu, ou pagou, para seguir ou receber esse falso e corrupto evangelho que tem se espalhado como uma praga nas igrejas dessa nação, não fique calado apenas assistindo esses malditos aproveitadores, manipuladores e escarnecedores do verdadeiro evangelho enganarem a tantos.
 
Fale! Não se cale! Não seja mais um enganador!
 
Lembra daquele garotinho galileu? Que virou homem? Ele viveu! morreu! e ressuscitou! Para nos provar que o seu evangelho, o verdadeiro evangelho, é eficaz em todo o seu propósito! E o seu propósito é redenção.

Deus abençoe a todos!
Creio e Penso! E isso é o que faz crescer.

sábado, 25 de setembro de 2010

Urna não é piníco!



Reta final de mais uma campanha eleitoral, porém é com uma grande certeza que digo que muitos de nós até agora ainda não escolhemos em quem vamos depositar nosso voto em seus respectivos cargos políticos. Aliás, o que é política? pra que ela serve? em que ela contribui para nossa vida?

Segundo o Aurélio, política é: "Ciência do governo dos povos. / Direção de um Estado e determinação das formas de sua organização./ Conjunto dos negócios de Estado, maneira de os conduzir. /Maneira hábil de agir; astúcia; civilidade."
 
Mesmo sabendo dessas coisas ainda assim nos perguntamos "por que preciso votar?" A resposta para isso não é simplesmente o fato de estarmos desacreditados com a classe política nesse país do samba e do futebol, nem tão pouco acharmos que todos os políticos são iguais e que só prometem e nada cumprem, o maior problema que existe com relação ao nosso desinteresse sobre esse assunto é que fomos condicionados a vermos ele como uma coisa chata! Para os desinformados "Política é uma chatisse!"

A desinformação causada por uma falta de educação apropriada por parte do próprio estado que tem seus interesses em manter a grande maioria da população de pessoas leigas sem um conhecimento baseado numa educação apropriada e de qualidade e que agindo assim mantém essa mesma população sobre seu domínio exatamente pela falta de conhecimento e por sua desinformação é manipulada.
 
No entanto, querer que algo que já faz parte da cultura tupiniquim seja mudado da noite para o dia é algo que não cogito, mesmo porque estamos muito mais interessados em nossos desejos egoístas e em mantermo-nos isentos de qualquer coisa que nos faça simplesmente pensar! Isso, é muito cansativo!…risos
Próximo domingo teremos mais um pleito, e ai? você já escolheu seus candidatos? Não? porquê? ou Sim? porquê?
 
Que sua escolha seja baseada naquilo que você acredita e apóia, e não simplesmente para agradar um amigo, parente, chefe, pastor, padre, ou quem quer que seja, ou até mesmo por causa de uma propina que você tenha recebido ou irá receber por seu voto e o voto de sua família, isso também é corrupção, por isso não seja mais um corrupto.
 
Independente de ser ou não Cristão convicto e de ter uma fé inabalável, você também é cidadão, por isso exerça sua cidadania e vote consciente. Não faça da urna pinico! Não faça papel de corrupto votando por favores recebidos! Seja Cristão vote consciente!

Deus ilumini-nos!

domingo, 19 de setembro de 2010

Essência e Existência: Uma Dialética Possível

 
Por Carlos Moreira

Quando o filósofo existencialista Jean Paul Sartre faleceu, em 1980, os jornais da França estamparam a manchete: “A França Perdeu sua Consciência”. Sartre foi, sem dúvida, um dos principais filósofos do nosso tempo. Ele criou um estilo inconfundível, pois, distanciando-se do academicismo, entrou na existência cotidiana através de personagens de romances, poesias e peças teatrais.

 
Expoente do existencialismo, corrente filosófica que afirma que o significado do ser humano pode ser apenas encontrado no ser existente em si mesmo, Sartre deixou como contribuição principal a idéia de que a identidade de uma pessoa não está em sua natureza, pois existir é fazer-se, é tornar-se aquilo que é.
 
O surgimento do existencialismo trouxe como conseqüência imediata a ruptura com a metafísica essencialista, que durante muitos séculos, dos gregos até Hegel, estudou e afirmou a essência humana – o homem é imagem e semelhança de Deus – deixando sua existência cotidiana ignorada. E foi assim, sob esta tese, partindo de Agostinho, que o cristianismo ocidental se estabeleceu.
 
Como era de se esperar, o choque entre estas duas correntes aprofundou ainda mais a dicotomia já existente entre essência e existência, pois muitas das doutrinas cristãs são um sincretismo do neo-platonismo com o cartesianismo e o “produto” final gerado é uma metafísica onde o material e o espiritual jamais se coadunam, pois são irreconciliáveis.
 
É por isso que em nossas “teologias encarnadas” encontramos tanta separação entre “coisas do mundo” e “coisas espirituais”, como se o nosso ser fosse feito de dois pedaços incomunicáveis. No nosso universo vivencial, é comum nos depararmos com conceitos tais como: “música do mundo” e música gospel; arte sacra e arte “profana”; literatura devocional e literatura existencial; vida secular e vida religiosa; e por ai vai...
 
O grande problema de tudo isto é que no mundo moderno não dá mais para sustentar este tipo de proposição e por uma questão muito simples: nossa sociedade vive sob a cultura da globalização, das tecnologias interconectáveis, do saber interdisciplinarizado, dos textos plurisignificados, ou seja, toda compartimentação, todo isolamento, todo hiato torna-se obsolescente e perde imediatamente sua razão de ser.
 
A conseqüência disso é que nós cristãos estamos ficando isolados do mundo que nos cerca, não só das realidades existenciais, mas, principalmente, das pessoas. Nossa doutrina é um ensinamento desarticulado, carente de uma ressignificação hermenêutica; nossa linguagem é “gíria de gueto”, cheia de chavões; nossos dogmas são muros intransponíveis, e porque não dizer, insustentáveis; nossas igrejas tronaram-se ambientes fechados, “escolas de profetas”; nosso comportamento é caricaturado, normatizado, um código de conduta inspirado no método de Procusto.
 
Por isso, não é sem motivo que a grande maioria das pessoas hoje é refratária a Igreja e ao cristianismo. A explicação, dentre outras coisas, está no fato de que nós nos tornamos seres de outro planeta! E pior do que isto: nem mesmo o que afirmamos como mensagem se materializa como fé e prática em nossa vida. Somos muito mais performáticos do que autênticos. Parecemos, mas não somos de verdade. Amargamos existir para fora como um embuste, uma fraude.
 
Ora, o que você imagina que este tipo de “espiritualidade”, baseada no trinômio – mente cauterizada, coração impermeável e alma esvaziada, pode produzir? Eu lhe digo: uma consciência que não se ressignifica pelos valores do Evangelho, e por isso nem é transformada nem pode produzir transformação; um coração endurecido e brutalizado por todos os matizes da sociedade de consumo, incapaz de perceber o planeta ou de se solidarizar com a humanidade e, finalmente, uma alma confortavelmente anestesiada por antidepressivos e ansiolíticos, paliativos alternativos que nos ajudam a suportar não só as pressões e contradições que experimentamos, mas também nossa total incapacidade de encontrar propósito e significação no chão da vida.
 
Todos os dias encontro pessoas desejosas de construir uma fé centrada, articulada, instigante, que produza um viver sustentável. Elas querem ter uma experiência com o transcendente a partir do imante. Mas, desgraçadamente, do jeito que está hoje, o cristianismo não lhes serve como opção neste propósito, pois não é capaz, sequer, de lhes chamar a atenção. Sobrará, então, como opção “religiosa”, abraçar as filosofias e crenças orientais ou as doutrinas espiritualistas.
 
Chega de tanta radicalidade! Chega de tantos paradigmas! Eu acredito que essência e existência são coisas que caminham juntas e que podem ser conciliadas para corroborar na construção de um ser humano melhor. A transformação da consciência produz uma nova matriz existencial e a caminhada cotidiana, as experiências vividas e processadas, retroalimentam e renovam a consciência.
 
Veja se não foi justamente isso, olhando para as Escrituras, que Jesus afirmou: “vinho novo em odres novos”. Vinho novo tem a ver com os valores do Evangelho e as verdades do Reino de Deus, os quais são capazes de reconstruir a consciência. Odres novos são pessoas, tem a ver com o novo caminho existencial que cada um deverá encarnar para que a fé se materialize nas dinâmicas de cada dia.
 
Meu sonho, neste momento difícil, é que o cristianismo seja menos verborrágico e encontre a coragem de fazer uma reflexão crítica sobre seus pressupostos: proposições teológicas, crenças dogmáticas, sistemas eclesiológicos, práticas sacramentais e sistematizações litúrgicas. Ignorar isto é correr sério risco de falência múltipla, pois apenas se estará perpetuando – até quando? Não se sabe – a agonia provocada pelo que já se tornou uma infecção generalizada.
 
Agora, se quisermos mesmo mudar, que sirva-nos de inspiração a famosa frase de Soren Kierkegaard, filósofo dinamarquês em sua reflexão: “quanto mais eu penso, menos eu sou”. “Traduzindo em miúdos”: a existência vivida é muito mais rica que a existência pensada. É hora de agir, não de falar!
 
Solo Christus!
 
Fonte: Genizah 

sábado, 18 de setembro de 2010

Cuidado com os pastores cães!

 
Por Marcos Pinheiro
 
Infelizmente, igrejas fundamentadas na Bíblia estão se tornando cada vez mais raras nestes últimos dias. Os fundamentos da doutrina cristã estão sendo abandonados pela aceitação do erro e da heresia. A enganação está aumentando e muitas ovelhas de Deus estão sendo enganadas por charlatões disfarçados de ministro do evangelho. Os promotores desse quadro decadente são os pastores-cães sempre desejosos de agradar e de alcançar a aprovação dos homens. Esses maus líderes gostam de bajular para obter confiança e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples. Em Filipenses 3:2 o apóstolo Paulo assinala: “Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros”.

Uma das passagens mais dramáticas da Bíblia é Isaías 56:11 onde o profeta dá as características dos pastores-cães: “Estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte”. Como se observa no versículo, os pastores-cães são extremamente cobiçosos, de torpe ganância, avarentos; sevem ao seu próprio ventre; sempre buscam a sua satisfação pessoal deixando as ovelhas ao abandono. A idéia de um cão pastoreando ovelhas é contraproducente ao Evangelho. Jesus enfatizou que “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. O bom pastor, não ladra, não rosna, não rezinga, não ataca, não coloca o rebanho em apuros, não alarga o caminho estreito, mas fala o que convém à sã doutrina. O objetivo primordial do bom pastor é colocar seu rebanho sob o temor contínuo do Senhor.

Os pastores-cães buscam os louvores de seus ouvintes e, jactando-se dos bancos cheios aos domingos, arvoram a bandeira falsa do avivamento. Esses maus líderes estão preocupados em solucionar as neuroses das pessoas, revestindo de açúcar seus sermões. Esquecem eles, que o único remédio para a cura dos males que afligem os homens, seja na mente ou no coração é a Palavra de Deus. Uma estratégia usada pelos pastores-cães é manter um perfil discreto e dar aos ouvintes o que eles querem, esperando que voltem no próximo domingo. Esses enganadores fazem com que as pessoas pensem que foram curadas dos seus pecados quando nunca souberam que estavam enfermas, eles colocam vestimenta de justiça sobre os seus ouvintes quando nunca souberam que estavam nus. Seus sermões são uma espécie de chá de eva-doce para acalmar os pecadores, mantê-los confortáveis e domesticá-los. Pregam um Deus meloso, bonachão que não faz exigências. Suas mensagens não têm a capacidade de arar a terra com profunidade, não rompe o solo rochoso da alma humana, não vai além da superfície.

Nas igrejas dos pastores-cães a fé virou show, a adoração virou entretenimento, a santidade deu lugar ao “não tem nada a ver”, a cruz foi substituída por outra mais macia, ou seja, a freqüência do povo à igreja é comparada com o número de pessoas que vai a um parque de diversões. A igreja desses pastores-cães é a igreja da Aceitação: o pecado não é tratado com seriedade, todos podem entrar e permanecer pecadores contumazes. Esses maus líderes não entendem que clubes sociais construídos sobre o nome de Jesus Cristo não são a igreja do Novo Testamento. Um pregador que deixa de “quebrar alguns ovos” regularmente, por que tem o objetivo de ser popular, não está qualificado para o ministério. Uma característica marcante desses pastores-cães é que as experiências têm maior peso que as Escrituras. Quando as pessoas desmaiam na igreja, ou riem descontroladamente, ou latem como cachorros, ou miam como gatos, ou rugem como leões, ou se arrastam como cobras, esses pastores acham que todas essas manifestações são de Deus. Para esses réprobos a Bíblia somente é importante quando não contradiz suas experiências.

O salário altíssimo é a marca principal desses pastores-cães. A Bíblia diz que o trabalhador é digno do seu salário. Portanto, não há nada de errado um pastor receber um salário adequado. Mas, quando o pastor torna-se milionário e vive em uma grande mansão com carros do último tipo conseguidos do seu rebanho, é um lobo mercenário. Esses mercenários têm mundanizado o Evangelho. Para eles, o sucesso de uma empresa multinacional é o modelo a ser imitado pela sua igreja.

É preciso entender que o mundo dos negócios está preocupado com a aparência e o lucro e não pode ser modelo para a igreja do Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro pastor que não é mercenário é como Moisés que “permaneceu firme como quem vê o invisível” (Hb 11:27), ou seja, os seus olhos estavam sobre o invisível, o reino espiritual de Deus, não no reino deste mundo.

Os pastores-cães induzem o povo ao erro através de alianças com o que é profano. Para isso usam de jargões atraentes e diplomáticos do tipo: “Unidade na diversidade”, ”O amor une a doutrina divide”, “Devemos construir pontes e não muros”, “O verdadeiro cartão de identidade do cristão é o amor”. Através dessas frases engenhosamente bem construídas erros doutrinários grosseiros têm sido tolerados em nome do amor. Cristianismo é acima de tudo união de gregos e troianos, judeus e gentios, negros e brancos, ricos e pobres, todos unidos numa só fé. Mas, o cristianismo verdadeiro não tolera a conjugação entre o certo e o errado, a verdade e a mentira, a luz e a escuridão. A unidade não deve ser meramente espiritual, mas acima de tudo deve ser bíblico-doutrinária. Assim como a água e o óleo não se misturam, verdade e erro não podem combinar para produzir algo bom. Deus é amor, mas é também santo por isso não dá para justificar a união do santo com o profano como querem os pastores-cães.

Em 2 Tessalonicenses Paulo exorta dizendo : “Se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal e não vos mistureis com ele”. No capítulo 16 verso 17 aos Romanos, Paulo assinala dizendo: “Rogo-vos irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes, desviai-vos deles”. No livro apocalipse há uma sentença severa para os pastores-cães “Ficarão de fora os cães” (AP 22:15). Cabem a nós, ovelhas, ficarmos atentos para a solene advertência: CUIDADO: PASTORES-CÃES!
 

Como atribuir uma manifestação ao Espírito Santo



Hermes C. Fernandes

Pra início de conversa, quero deixar claro que creio na contemporaniedade dos dons espirituais. Em outras palavras, não sou cessacionista. Os dons devem permanecer na igreja até que tenhamos chegado à perfeita varonilidade, à estatura de Cristo (Ef.4:13). A meu ver, ainda estamos longe disso.

Entretanto, considero uma blasfêmia atribuir certas manifestações bizarras ao Espírito de Deus.

É deprimente assistir pelo Youtube a cultos onde as pessoas são tomadas de êxtase, girando de um lado pro outro, em gestos e expressões corporais muito parecidos com os encontrados no candomblé.

Por que razão o Espírito Santo, meigo do jeito que é, levaria pessoas a se contorcerem no chão, ou a descaracterizarem suas fisionomias?

O Apóstolo Paulo afirma que as manifestações do Espírito são para aquilo que for útil (1 Co.12:7). Então, que utilidade tem derrubar as pessoas? Que utilidade tem ficar rodopiando pelo salão da igreja?

Recuso-me a crer que tais bizarrices sejam provocadas pelo Espírito de Deus.

Você imaginaria os discípulos de Jesus fazendo tais coisas? Ou mesmo Jesus, o Filho de Deus, com Sua face desfigurada, falando em línguas aos berros?

Tais manifestações devem ser atribuídas à infantilidade de alguns crentes. Não duvido de sua sinceridade, nem mesmo ponho em xeque sua experiência com Deus. Porém, a maneira como extravasam suas experiências se deve mais ao condicionamento adquirido em suas congregações.

Se numa determinada igreja, as pessoas possuem manias excêntricas de expressar o gozo do Espírito, um novo crente acabará assimilando os seus trejeitos.

Há também uma pitada generosa de exibicionismo. Em certas comunidades, a espiritualidade é aferida pelo volume do grito, ou pela habilidade em sapatear de olhos fechados. Isso acaba produzindo gente doente, que no afã de chamar atenção, é capaz de qualquer coisa, por mais ridícula que seja.

E o pior é o escândalo que isso pode provocar na comunidade.

Paulo diz que nosso culto a Deus deve ser racional (Rm.12:1), e que devemos deixar de lado as coisas de menino (1 Co.13:11).

Em vez de pular, rodopiar, fazer caras e bicos, que tal nos prostrar diante do Senhor e adorá-lO em espírito e em verdade?

Ademais, Jesus disse que o Espírito Santo não chamaria a atenção para Si mesmo, mas para Cristo (Jo.16:13-14). Ele é como um holofote sobre Jesus, e não Alguém que queria ser o centro das atenções. Por isso, Ele costuma ser tão discreto.

Fonte: Genizah

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SEJA CRISTÃO! VOTE CONSCIENTE!

 
 
Em meio a essa época de eleições em que vivemos, tenho visto em alguns blogs, sites, e mídia de uma forma geral alguns comentário sobre um projeto governamental chamado PNDH3 (Plano Nacional de Direitos Humanos) projeto esse que deverá entrar em votação na próxima legislatura de deputados e senadores.

Curioso, resolvi pesquisar um pouco mais sobre esse dito projeto e realmente descobri e coloco aqui para todos vocês, algumas das "atrocidades" que encontrei no mesmo. Quero ressaltar aqui que coisas como esse projeto atingem de uma forma direta tudo aquilo que vem na contra mão do que nós, Cristão, entendemos como "um viver digno" e idéias que encontramos na PNDH3 são ofensivas não só a uma cidadania saudável e decente mas também vão contra os princípios cristãos ensinados nas Sagradas Escrituras.

Quero destacar principalmente as diretrizes desse projeto que falam coisas como a legalização do aborto e a legalização da união de pessoas do mesmo sexo.

SOBRE O ABORTO

Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais.

Objetivo estratégico III: Garantia dos direitos das mulheres para o estabelecimento das condições necessárias para sua plena cidadania.
g) Apoiar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos.

Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa dos direitos.

Objetivo estratégico II: Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das normas jurídicas para proteção dos Direitos Humanos.
g) Implementar mecanismos de monitoramento dos serviços de atendimento ao aborto legalmente autorizado, garantindo seu cumprimento e facilidade de acesso.

MULHERES
179. Apoiar a alteração dos dispositivos do Código Penal referentes ao estupro, atentado violento ao pudor, posse sexual mediante fraude, atentado
ao pudor mediante fraude e o alargamento dos permissivos para a prática do aborto legal, em conformidade com os compromissos assumidos pelo Estado brasileiro no marco da Plataforma de Ação de Pequim.

 
Apesar de recentemente termos visto a manifestação favorável ao aborto por parte de um "líder evangélico" dessa nação, essa foi apenas uma isolada e lamentável opinião de alguém que deturpou de todas as maneiras possíveis e imagináveis as Sagradas Escrituras e sua doutrina que de forma alguma apóia tal ato de assassinato contra a vida humana.

SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE

Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade

Objetivo estratégico V: Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero
a) Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de uma cultura de respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero, favorecendo a visibilidade e o reconhecimento social.
b) Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Recomendação: Recomenda-se ao Poder Legislativo a aprovação de legislação que reconheça a união civil entre pessoas do mesmo sexo
c) Promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos. Recomenda-se ao Poder Judiciário a realização de campanhas de sensibilização de juízes para evitar preconceitos em processos de adoção por casais homoafetivos.

• Recomenda-se ao Poder Legislativo elaboração de projeto de lei que garanta o direito de adoção por casais homoafetivos.

Universalizar Direitos em um Contexto de Desigualdades
d) Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade.
e) Desenvolver meios para garantir o uso do nome social de travestis e transexuais.
Recomendação: Recomenda-se aos estados, Distrito Federal e municípios a promoção de ações que visam a garantir o uso do nome social de travestis e transexuais.
f) Acrescentar campo para informações sobre a identidade de gênero dos pacientes nos prontuários do sistema de saúde.
g) Fomentar a criação de redes de proteção dos Direitos Humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), principalmente a partir do apoio à implementação de Centros de Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia16 e de núcleos de pesquisa e promoção da cidadania daquele segmento em universidades públicas.
h) Realizar relatório periódico de acompanhamento das políticas contra discriminação à população LGBT, que contenha, entre outras, informações sobre inclusão no mercado de trabalho, assistência à saúde integral, número de violações registradas e apuradas, recorrências de violações, dados populacionais, de renda e conjugais.

CRENÇA E CULTO
114. Propor emenda à Constituição Federal para incluir a garantia do direito à livre orientação sexual e a proibição da discriminação por orientação sexual.
115. Apoiar a regulamentação da parceria civil registrada entre pessoas do mesmo sexo e a regulamentação da lei de redesignação de sexo e mudança de registro civil para transexuais.
116. Propor o aperfeiçoamento da legislação penal no que se refere à discriminação e à violência motivadas por orientação sexual.
117. Excluir o termo ‘pederastia’ do Código Penal Militar.
118. Incluir nos censos demográficos e pesquisas oficiais dados relativos à orientação sexual.
Fonte: PNDH3

 
Quero deixa claro que respeitar a individualidade do indivíduo não é concordar com suas práticas. Homossexuais em todos os gêneros merecem nosso respeito e solidariedade como cristãos por serem seres humanos, porém suas práticas homossexuais não serão apoiadas por aqueles que crêem numa doutrina Cristã baseadas em Cristo. Pois tais comportamentos são plena e completamente contrários aos ensinamentos bíblicos.

Meu objetivo com esse texto é mostrar que muitas vezes a maioria de nós, cristãos, nos colocamos alheios a acontecimentos que de uma forma bem direta atinge e atingirá nossas vidas, queira você ou não.

Você é contra ou a favor?

Por isso, ao votar nas próximas eleições veja se a pessoa para quem você está dando seu foto é a favor ou contra a essas idéias.

Deus Ilumine e Abençoe a todos!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Deus não necessita de defensores



Deus não necessita de defensores. Ele não precisa de nada para justificar seus atos soberanos neste mundo. Ele é o Criador, o Formador e o Moldador. É o Todo-Poderoso. Por ser todo-poderoso, Deus detém controle absoluto de tudo o que criou. Nada do que ele faz pode ser injusto— todos os seus atos são retos.

Inexiste lei capaz de considerá-lo injusto, por ser ele o legislador. Ele declarou o fim desde o princípio, e tem realizado, realizou e continuará a realizar toda a sua vontade (Is 46.10). Tudo o que acontece neste mundo ocorre apenas porque assim o decretou o Senhor, de acordo com seu beneplácito. Quem reverencia o direito soberano do Senhor, e sua capacidade, de reger toda a criação como lhe apraz não vê necessidade de defender esta proposição.

Todavia, existem alguns que afirmam se regozijar na soberania divina absoluta e, no entanto, sentem a necessidade de defendê-lo e justificá-lo perante o mundo. O Senhor é soberano na salvação. Antes da fundação do mundo, ele elegeu alguns para a salvação e outros para a condenação apenas porque lhe aprouve (Rm 9.11) — não por alguma coisa boa ou má prevista.

Alguns religiosos modernos não vêem razão para defender o que consideram “bom” — como a eleição soberana em Cristo. Porém, ainda que apreciem da boca para fora a eleição para a salvação, muitas vezes tentam justificar o decreto divino concernente à reprovação, ou simplesmente o negam de forma absoluta.

Por que os homens são condenados ao inferno? A resposta óbvia a esta pergunta é apresentada na Palavra divina: porque o Senhor o determinou segundo sua vontade. Não há necessidade de justificar a resposta! É verdade que os homens são pecadores e merecem a condenação eterna. Mas por que eles são pecadores? Por que eles foram feitos pecadores? Não foi pelo fato de aprazer ao Senhor ser glorificado mediante a reprovação desses homens?

Esta não é uma pergunta difícil de responder, e qualquer tentativa de amenizá-la equivale a desonrar o Criador em seu governo soberano sobre tudo o que existe.

"Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?" (Rm 9.21-24 )

Deus Abençoe a todos!

Racionalidade




"Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade." (Jo 2.21)

Uma segunda palavra-chave que ajuda a definir uma cosmovisão autenticamente cristã é a racionalidade. Nós acreditamos que a revelação objetiva das Escrituras é racional. A Bíblia faz sentido perfeitamente. Ela não contém contradições, nem erros nem princípios mal fundamentados. Qualquer coisa que contradiga as Escrituras é falso.

Esse tipo de racionalidade é oposto a todo o conteúdo do pensamento pós-moderno. As pessoas da atualidade são ensinadas a glorificar a contradição, a abraçar o que é absurdo, a preferir o que é subjetivo e a permitir que os sentimentos (em vez do intelecto) determinem o que elas crêem. Elas são ensinadas a não rejeitar idéias apenas porque contradizem o que nós aceitamos ser verdadeiro. E elas são até mesmo encorajadas a abraçar conceitos contraditórios e mostrar-lhes o mesmo respeito como se fossem verdadeiros. Tal irracionalidade não é nada menos do que rejeitar o conceito da verdade.

Como cristãos nós sabemos que Deus não pode mentir (Tt 12). Ele não "pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2.13); e, portanto, ele não se contradiz. Ele não é Deus de confusão (1Co 14.33). Sua verdade é perfeitamente coerente.

Isso significa primeiro de tudo, que a Palavra de Deus é um registro preciso e incontestável da verdade. A Bíblia não é cheia de absurdos, contradições ou fantasias. Ela é perfeitamente consistente com tudo o que é verdadeiro. Os fatos colocados pelas Escrituras são fidedignos.

Os eventos históricos descritos na Bíblia são história verdadeira, não alegorias míticas ou exóticas. A doutrina ensinada nela é sem erro. Os detalhes das Escrituras são preciosos, desde o dia da Criação até o dia final da consumação, da volta de Cristo. As Escrituras em si são completamente livres de todos os erros e deficiências.

" ... é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei" (Lc 16.17). É desse modo que Cristo via as Escrituras, e qualquer pessoa que adote um ponto de vista diferente não será, nesse aspecto, um seguidor genuíno de Cristo.

 Mas existe uma segunda, igualmente importante, implicação de nossa confiança na veracidade absoluta de Deus: Visto que sua Palavra é verdade objetiva e perfeitamente fidedigna em tudo que ensina, as Escrituras deveriam ser tanto o ponto de partida como o de chegada do teste da verdade em todo nosso pensamento. Se as Escrituras são totalmente verdadeiras, então qualquer coisa que as contradiga é simplesmente falsa, mesmo se estivermos falando de crenças fundamentais sobre as quais as ideologias mais populares do mundo são baseadas.

Esse tipo de racionalidade em branco e preto é uma das principais razões do Cristianismo bíblico ser intolerável numa geração que despreza a simples idéia de verdade absoluta.

A fim de que ninguém entenda mal, nós não estamos defendendo o racionalismo — a noção de que a razão humana sozinha, independente de qualquer revelação sobrenatural, possa descobrir a verdade. Um racionalista imagina que a razão humana é tanto a fonte como o teste final de toda verdade. O fato é que o racionalismo exalta a razão humana acima das Escrituras.

Como cristãos nós nos opomos ao racionalismo, mas o Cristianismo não é de modo algum hostil a racionalidade. Nós cremos que a verdade é lógica; é coerente; é inteligível. Não apenas a verdade pode ser conhecida racionalmente; ela não pode ser conhecida de modo algum se nós abandonarmos a racionalidade.

Irracionalidade é uma agressão às Escrituras e aos intentos de Deus. Quando Deus deu a Bíblia, era para que ela fosse entendida, mas ela só pode ser entendida por aqueles que aplicam sua mente a ela racionalmente. Contrário ao que muitos podem pensar o significado das Escrituras não é algo que nos vem através de meios místicos. Não é segredo espiritual que tem de ser descoberto por algum  método enigmático ou arbitrário. Seu significado verdadeiro pode ser entendido apenas por aqueles que a abordam racionalmente e sensivelmente.

 O poder da Palavra de Deus reside em seu significado, não meramente no som das palavras. Não era um encantamento mágico em que seu poder pode ser liberado meramente recitando sílabas, mas o poder inerente nas Escrituras é o poder da verdade. Eu gosto de dizer que o significado das Escrituras é as Escrituras. Se você não interpretar a passagem corretamente, então você não tem a Palavra de Deus, porque apenas o significado verdadeiro é a Palavra de Deus.

Não é como se nós pudéssemos fazer as palavras significarem qualquer coisa que queiramos que elas signifiquem, de forma que, seja qual for a conotação que impusermos às palavras, elas se tornam a Palavra de Deus. Somente a interpretação verdadeira do texto é a autêntica Palavra de Deus e qualquer outra interpretação simplesmente não é o que Deus está dizendo.

Lembre-se, a Palavra de Deus é a verdade objetiva revelada e, portanto, tem um significado racional. Esse significado, e esse significado apenas, é a verdade. Entendê-la corretamente é de suprema importância.

Fonte: Princípios para uma cosmovisão bíblica
John MacArthur Jr.
Ed. Cultura Cristã

domingo, 5 de setembro de 2010

Arrepender ou Perecer



Estas foram as palavras do Filho encarnado de Deus. Elas nunca foram canceladas; e não serão, enquanto este mundo durar. O arrependimento é absoluto e necessário se é para o pecador fazer paz com Deus (Isaías 27:5), porque arrependimento é o lançar fora as armas da rebelião contra Ele. O arrependimento não salva, todavia nenhum pecador jamais foi ou será salvo sem ele. Nada senão Cristo salva, mas um coração impenitente não pode recebê-LO.

Um pecador não pode crê verdadeiramente até que ele se arrependa. Isto é claro a partir das palavras de Cristo concernente o Seu precursor, "Pois João veio a vós no caminho da justiça, e não lhe deste crédito, mas os publicanos e as meretrizes lho deram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crerdes nele" (Mateus 21:32). Isso é também evidente a partir de Sua chamada como trombeta em Marcos 1:15, "Arrependei-vos, e crede no evangelho". Isto é o porque o apóstolo Paulo testificava "o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus" (Atos 20:21). Não faça confusão neste ponto querido leitor, Deus "ordena agora que todos os homens em todo lugar se arrependam" (Atos 17:30).

Em requerer arrependimento de nós, Deus está pressionando Suas justas reivindicações sobre nós. Ele é infinitamente digno de supremo amor e honra, e de universal obediência. Isto nós temos impiamente Lhe negado. Tanto um reconhecimento como uma correção disto é requerido de nós. Nossa desafeição por Ele e nossa rebelião contra Ele devem ser reconhecidas e exterminadas. Dessa forma, o arrependimento é uma compreensão profunda de quão terrivelmente temos falhado, durante toda nossa vida, em dar a Deus Seu justo lugar em nosso coração e em nosso andar diário.

A justiça da demanda de Deus por nosso arrependimento é evidente se considerarmos a natureza hedionda do pecado. Pecado é uma renúncia dAquele que nos fez. É Lhe recusar Seu direito de nos governar. É a determinação de agradar a nós mesmo; assim, é uma rebelião contra o Altíssimo. O pecado é uma ilegalidade espiritual, e uma indiferença absoluta à autoridade de Deus. Ele está dizendo em nosso coração: Eu não me importo com o que Deus requeira, eu vou seguir o meu próprio caminho; eu não me importo com o que Deus reivindique de mim, eu serei o senhor de mim mesmo. Leitor, você não percebe que é assim que você tem vivido?

O arrependimento verdadeiro origina-se a partir de uma compreensão no coração, operado neste pelo Espírito Santo, da excessiva malignidade do pecado, do terror de ignorar as reivindicações dAquele que nos fez, de desafiar Sua autoridade. Ele é conseqüentemente um santo ódio e horror do pecado, uma profunda tristeza por ele, e o reconhecimento dele diante de Deus, e um completo abandono dele de coração. Até que isto tinha sido feito, Deus não nos perdoará. "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Provérbios 28:13).

No verdadeiro arrependimento o coração se volta para Deus e reconhece: Meu coração tem sido posto sobre um mundo vão, que não pode satisfazer as necessidades de minha alma; eu Te abandonei, a fonte de águas vivas, e me voltei para cisternas rotas que nada retêm: eu agora reconheço e lamento minha tolice. Ele ainda diz mais: eu tenho sido uma criatura desleal e rebelde, mas eu não mais serei assim. Eu agora desejo com todo meu coração servir e obedecer a Ti como meu único Senhor. Eu me entrego a Ti como minha presente e eterna Porção.

Leitor, seja você um Cristão professante ou não, é arrepender ou perecer. Para cada um de nós, membro de igreja ou não, é voltar ou queimar; voltar da direção da obstinação e auto-satisfação; voltar para Deus com um coração quebrantado, procurar Sua misericórdia em Cristo; voltar com total propósito de coração de Lhe agradar e servir: ou ser atormentado dia e noite, para sempre e sempre, no Lago de Fogo. Qual deve ser sua porção? Oh, ajoelhe-se agora mesmo e implore a Deus que te dê o espírito de verdadeiro arrependimento.

"Sim, Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão de pecados" (Atos 5:31). "Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo opera a morte". (2 Coríntios 7:10).

Por A.W. Pink