sábado, 2 de outubro de 2010

Reforma, rumo aos 493 anos.



Este mês, mais precisamente dia 31 de outubro comemoraremos 493 anos de Reforma Protestante. Um dos eventos que marcou a história do Cristianismo pós idade média, neste dia o monge agostiniano Martinho Lutero dava um passo que mudaria os rumos da igreja romana e daria início a uma reforma. 

A Reforma era algo já em ebulição desde o século XIV, mas, seu grande marco foi em 31 de outubro de 1517 quando Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta do castelo em Wittenberg - Alemanha, condenando a venda de indulgências (perdão das penas relativas aos pecados). Martinho Lutero argumentou contra esta prática dizendo que a salvação era alcançada pela graça, pela fé, através de Jesus Cristo, conforme as Escrituras Sagradas. 

Durante toda minha vida de cristão esse foi um acontecimento que nunca havia dado muita importâcia (não que o considerasse insignificante, mas por desinformação) até que após dar inicio aos meus estudos no seminário de teologia a dois anos, comecei a estudar sobre esse acontecimento e vários outros assuntos dos quais eu jamais havia ouvido qualquer menção na igreja da qual sempre congreguei, e hoje, depois de pouco mais de 2 anos de seminário, esta é uma data que sempre vem a minha mente neste mês, pois teve uma contribuição fundamental para nossa doutrina cristã. 

Aliás, hoje mais do que  nunca, vivemos dias muito difíceis de igreja protestante no Brasil, se é que ainda restam algumas poucas, já que a grande maioria das que vemos hoje em dia abandonaram completamente os principais pontos da reforma e trocaram por "indulgências evangelicais" e isso me parece um retrocesso, ou estou enganado? 

O preço pago pelas indulgencias à igreja católica na época de Lutero era para a "salvação da alma" dos pecadores, pois estes queriam se ver livre de uma condenação eterna, e viam nas indulgêcias o meio mais fácil de conseguir se safar, dai enquanto uns queriam obter lucro, outros queriam a qualquer preço sua "VITÓRIA". 

Ops! VITÓRIA? 

Esse termo me soa como algo muito familiar em nossos dias, não acha? 

Nos tempos de Lutero pagava-se tudo quanto era exigido pela igreja romana para que se tivesse o direito de se considerar uma pessoa "salva" ou "vitoriosa" e assim sair por ai cantante e saltitante dizendo "estou livre dessa culpa" somente pelo simples fato de ter pago por ela. Grande engano! 

493 anos se passaram e infelizmente grande parte daquela igreja que foi reformada e assumiu a identidade de uma igreja que protestava contra os abusos e a enganação proporcionada pelos lideres da igreja romana, estão voltando atrás e praticando as mesmas coisas que combatiam.

Nos dias de hoje, o que era o objeto de "vitória" na época de Lutero e fonte de lucro da igreja romana e de seus lideres, foi substituido pelos "ex-protestantes" e seus  lideres por "bençãos financeiras", "bençãos sentimentais", "benção de curas", "bençãos de causas impossíveis" e por ai vai... (não desacredito que tais coisas como essas possam acontecer, porém para isso creio na manifestação apenas da Graça, Misericórdia e vontade Soberana de Deus) pois para alguns, conquistar essas bençãos faz-se necessário fazer qualquer coisa que lhe for pedido e pagar-se qualquer preço! Algo que vai de R$ 900,00 por uma unção financeira, R$ 1.000,00 para fazer parte do clube de "eleitos" à crentes VIP'S do reino, R$ 100,00 por uma garrafinha d'agua ou um copinho de areia (risos...essa do copinho eu tava presente!) e várias outras práticas pagãs. 

Em meio a tudo isso se faz extremante necessário voltarmos aos princípios fundamentais da reforma de 1517 que são:

Sola fide (somente a fé);
Sola scriptura (somente a Escritura);
Solus Christus (somente Cristo);
Sola gratia (somente a graça);
Soli Deo gloria (glória somente a Deus)

Talvez assim, seguindo de maneira fiel os ensinos da Sagrada Escritura como os reformadores fizeram, essa crise de identidade que a igreja evangélica brasileira está passando nos dias de hoje chegue a um fim.

Reformar é preciso!

Deus abençoe a todos!

"Enquanto isso, continuo crendo e pensando! Pois isso é o que faz crescer."

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