Vivemos em um mundo que não podemos negar ser um mundo extremamente seletivo, um mundo onde muitos são julgados simplesmente por sua maneira de vestir, de se expressar, de se comportar diante de outros, de qual o seu carro, se tem carro, de quais marcas de roupa usam, enfim, um mundo de aparências. Muitos demonstram uma alegria e uma felicidade constantes, parecem ser pessoas que jamais tiveram algum tipo de problema capaz de abalar suas estruturas emocionais e vivem “aparentemente” vidas perfeitas e de plena satisfação.
Um mundo que valoriza cada vez mais aquilo que menos tem valor. Um mundo de pessoas que em troca de aceitação por certo grupo de pessoas e por um reconhecimento social vivem vidas que mais parecem ser exemplos, mas que por trás das cortinas são vidas cheias de vazios.
Por trás de um sorriso constante vem uma sensação de solidão e um vazio existencial que só o próprio individuo conhece, por trás de uma aparente felicidade tem uma vida que dentro de si mesma não é satisfeita consigo mesma, mas que não deixa, não quer ou não pode transparecer essa insatisfação para os que estão em seu redor, e com isso engana-se a si mesmo.
Essa forma de vida pós-moderna que exige cada vez mais de cada um de nós; uma forma de vida que a toda hora e em qualquer tempo faz-se necessário que venhamos a nos apresentar e nos comportar conforme o mundo deseja e espera de cada um de nós, sem jamais levar em consideração nossas limitações, falhas e imperfeições, fazendo com que essa resposta “aceitável” torne-se uma carga a ser levada e ao mesmo tempo ignorada, a ponto de incorporarmos um personagem que aparentemente vive uma vida feliz, mas na verdade é insatisfeito com o mundo e consigo mesmo. "Existe no homem um vazio do tamanho de Deus."
Nossa necessidade de uma vida social não pode ser consumida ou confundida pela necessidade que o mundo exige de cada um como seres felizes e satisfeitos, um mundo onde não há espaço para nenhum tipo de fraqueza ou debilidade, assim como não precisamos e não devemos ser além do que somos, seres humanos, mesmo que para isso seja necessário confessar as dores e as angústias da vida, assim como nossa fraqueza e necessidade de imperfeitos que somos. Como sempre digo: “Forte não é aquele que jamais caiu, e sim aquele que se levantou todas as vezes que caiu.”
Desejo e espero que possamos mudar nossa forma de ver, nossa forma de medir, e nossa forma de determinar aquilo que é, e aquilo que não é importante e de valor na vida, baseado não em aparências, mas em sinceridade de vida, manifestando nossos sentimentos mais verdadeiros, e demonstrando aquilo que somos em todo o tempo.
E enquanto você reflete sobre isso, eu continuo crendo e pensando, pois isso é o que faz crescer...
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